Notícias falsas nas redes sociais: um problema para assessores de imprensa

A temática notícias falsas no meio digital tem sido debatida com frequência entre os profissionais da comunicação, principalmente entre assessores de imprensa, que precisam estar de “olhos abertos” a qualquer ameaça à imagem do cliente.

Decidimos abordar este assunto porque está muito claro que as redes sociais mudaram a maneira como consumimos e compartilhamos informação. O problema é que, dentro desse pacote, existem os boatos, grandes inimigos da reputação de uma empresa no meio digital.

Mídias sociais facilitam o compartilhamento de notícias falsas

Com o uso massivo das mídias sociais, principalmente o Facebook, percebemos uma grande mudança na forma como as pessoas consomem informação. Hoje, é muito difícil sairmos de dentro da plataforma para ler uma notícia, pois temos tudo ao nosso alcance com apenas um clique.

O problema é que isso fez com que ficássemos cada vez mais passivos em relação às informações que consumimos. Para completar, pessoas leigas podem até não perceber, mas o que chega até nós na rede social tem muita relação com nossa visão de mundo.

E isso tem um nome. Efeito do filtro Bolha, conceito criado pelo autor Eli Pariser. Quer saber como podemos visualizar isso no dia a dia? Nossa parceira da Comunicação Integrada, Isabela Pimentel, explica utilizando o Facebook como exemplo.

“O algoritmo do Facebook, chamado Edge Rank, é uma fórmula que decide se determinado post de alguma conexão vai aparecer ou não no seu feed. A questão se torna delicada, pois só vai aparecendo em nossa timeline assuntos próximos da ‘nossa bolha’, considerando afinidade, peso do conteúdo e tempo de publicação. Com o tempo, podemos ter acesso e ler apenas visões que replicam a nossa própria, notícias de sites que nossos amigos leem, e por aí vai. O debate público e visões contrárias acabam sumindo do nosso feed”, comenta.

O que acontece nesse cenário é que entramos em contato com conteúdos que preenchem os requisitos desse algoritmo das mídias sociais. É aqui que mora o perigo.

  • Viver na bolha de informação é um problema

Muitas pessoas se aproveitam das bolhas de informação e criam notícias falsas, que vão sendo compartilhadas continuamente por outros usuários.

Afinal, se apareceu em nossa timeline e um amigo ou página que seguimos compartilhou, deve ser verdade, não é mesmo?

A resposta é não. Nem sempre é verdade. O problema do compartilhamento de boatos é tão grave que o próprio Facebook lançou em 2017 uma funcionalidade para denúncia de notícias falsas.

Afinal, as pessoas compartilham notícias com títulos sensacionalistas e informações falsas sem mesmo entrar e conferir se é realmente verdade. Isso é algo capaz de prejudicar a imagem de qualquer empresa.

Isabela deixa uma dica para evitar situações desse tipo. “É sempre útil ler sites de checagem de dados e informações, como a Agência Lupa, que criou um método de fact checking “. Isso vale para usuários leigos e para profissionais da comunicação.

Saiba como o assessor de imprensa pode proteger o cliente de notícias falsas

Por mais que o usuário comum possa conferir se a notícia é falsa, sabemos que a chance disso acontecer é mínima. Afinal, as pessoas confiam naquilo que aparece em suas timelines, já que têm um laço de reconhecimento com a pessoa ou página que propagou a informação.

Portanto, cabe ao assessor de imprensa manter o olhar estratégico para preservar a imagem do cliente. Saber como fazer isso da forma mais eficiente é um requisito para todo profissional da comunicação que trabalha com o meio digital.

Podemos separar as estratégias em 3 categorias, que iremos explicar neste artigo. Mas antes sugerimos que você assista ao vídeo da Comunicação Integrada sobre o compartilhamento de boatos nas redes sociais.

  1. Uso de ferramentas de monitoramento

O primeiro passo é entender que mídias sociais significam instantaneidade. Se um boato é espalhado no Facebook, por exemplo, em questão de minutos as pessoas começam a compartilhá-lo, afetando a imagem de seu cliente.

Portanto, uma forma de proteger a marca assessorada da influência negativa das notícias falsas é investir em ferramentas de monitoramento, que ajudam a verificar o que está sendo publicado e compartilhado com determinadas palavras-chave.

Como exemplos de ferramentas de monitoramento de mídias sociais, temos Hootsuite, Fanpage Karma e Klout. Elas podem facilitar sua rotina na assessoria de imprensa.

“Somente com o uso de ferramentas de monitoramento, associado a buscas de palavras-chave, é que se pode localizar os principais sites e redes sociais onde o boato está se espalhando. Ninguém está protegido dos boatos, o que vai fazer a diferença é a forma como o assessor irá monitorar e o tempo em que irá dar à versão da empresa sobre os fatos, minimizando a velocidade de propagação da notícia incorreta em outros perfis, grupos e canais”, enfatiza Isabela.

  1. Preocupação com relacionamento

No entanto, o uso de ferramentas de monitoramento não basta na assessoria de imprensa digital. Segundo nossa parceira da Comunicação Integrada, para preservar a imagem de uma empresa nas redes sociais, é preciso ir além da pesquisa de palavras-chave.

É fundamental pensar em estratégias que possam ajudar a potencializar a interação entre marcas e influenciadores, principalmente os que estão inseridos no nicho do cliente.

Hoje, de acordo com Isabela, é fundamental pensar em relacionamento na assessoria de imprensa. Afinal, as marcas não se sustentam com anúncios nas redes sociais, e sim com as interações que conquistamos nesse meio digital.

Quando existe um relacionamento de confiança entre marca, influenciadores e públicos interno e externo, é muito mais difícil que a imagem seja abalada por crises causadas pelo compartilhamento de notícias falsas.

  1. Elaboração rápida de respostas

Quando há o compartilhamento dos boatos, por mais que exista o relacionamento de confiança entre marca e seguidores, o assessor de imprensa deve lembrar que é necessário elaborar uma resposta para explicar a situação.

A manifestação de uma empresa nas mídias sociais é essencial para o gerenciamento de crises de imagem. Afinal, quando a marca elabora uma nota de esclarecimento com rapidez, ela tem maiores chances de reverter o cenário turbulento.

Além disso, Isabela cita a orientação de João José Forni, profissional da comunicação que trabalha com cursos sobre Gestão de crise de imagem. “O especialista afirma que não existe mais separação entre o pronunciamento oficial online e offline. O que a empresa responde em sua fanpage será tomado como versão oficial“, diz.

Por isso, valorize a manifestação da marca nas mídias sociais. Elabore a nota de esclarecimento com muito cuidado, para evitar que a crise de imagem seja agravada.

O cuidado com o compartilhamento de boatos nas mídias sociais é apenas um dos desafios enfrentados pelos profissionais da comunicação na era digital. Por isso, sugerimos o download e a leitura do nosso e-book Muito além do release: desafios do assessor de imprensa digital, elaborado em parceria com a Comunicação Integrada.

BANNER_comkt-CI-muito-mais-que-release

Foto de Knewin

Knewin

Os artigos do blog da Knewin fazem parte do maior portal de gestão de reputação no Brasil e são produzidos pelo nosso time de Marketing. Atuando no mercado desde 2011, reunimos mais de 14 anos de experiência para oferecer conteúdos sobre gestão de reputação, gestão de crise, exposição de marca, monitoramento de mídia, mercado, tendências e concorrentes — sempre com foco em apoiar profissionais de comunicação na tomada de decisões estratégicas.

Assine nossa Newsletter

Receba e-mails com novos conteúdos