Qual é o papel de cada profissional da Comunicação na gestão de crise?

Dentro de um processo de gestão de crise, existem diversas etapas, como levantamento de diagnóstico de ameaças, planejamento de processos, implementação e manutenção. Atualmente, várias marcas, empresas e governos estão voltados para o mesmo gerenciamento de crise: continuar os trabalhos em meio ao distanciamento social causado pela pandemia de coronavírus, ou COVID-19.

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Mas a pergunta que fica é: como gerenciar uma crise de amplitude mundial? 

A resposta pode ser resumida da seguinte forma: com planos comunicacionais elaborados em conjunto com relações públicas, jornalistas e porta-vozes das empresas, marcas e Estados. 

Além disso, todas as instituições devem ter acesso às informações esclarecedoras para conter a evolução da doença e manter a população informada sobre os devidos cuidados com a saúde básica.

O gerenciamento do profissional de RP

Durante as atividades de contenção da crise, é necessário transmitir uma mensagem o mais rápido possível à imprensa, com estratégia e clareza, para que não ocorram outras falhas. E será de responsabilidade do relações públicas elaborar o plano de comunicação.

O mesmo profissional também vai conduzir as pesquisas de mercado, a gestão de contatos e o relacionamento da marca com a mídia. Além disso, vai iniciar o diálogo após a crise. Essa dinâmica ajuda a manter a reputação da empresa, um valor inestimável.

Nesses casos, vale a pena realizar investimentos em ações que não visam a lucros diretos, mas que aproximam os públicos internos e externos dos valores da marca.

O profissional do jornalismo na gestão de crise

O jornalista, como assessor de imprensa, tem o domínio de todos os processos de divulgação da notícia. É por meio dele que as redações encontram fontes e dados específicos. 

Esse profissional também tem conhecimentos que ajudam no acompanhamento das mídias online e offline, o chamado monitoramento de notícias. Ao usar diversos métodos de pesquisa, é possível analisar o impacto da informação e as reações do público sobre temas estratégicos. 

Essa prática é essencial para processos de gestão de crise no ambiente digital. 

Além disso, devido à fácil disseminação de informações, é comum que as marcas tenham que se deparar com campanhas de detração e, até mesmo, de informações falsas, as “fake news”.

Com o monitoramento de redes sociais, é possível compreender o panorama do cliente no meio digital, exercício que está totalmente alinhado com a prevenção e com a gestão de imagem, o que possibilita à equipe de comunicação agir com rapidez e precisão em momentos de dificuldade.

O pronunciamento oficial

O último profissional, mas não menos importante, a se responsabilizar pela gestão de crise é o porta-voz da empresa. 

No atual momento de pandemia de coronavírus, os responsáveis pela comunicação das principais informações são prefeitos, governadores e presidentes.

São essas personalidades, com cargos de alta liderança, que vão se comunicar diretamente com o público e participar das coletivas de imprensa em portais online, TVs e rádios, sempre com o auxílio dos profissionais de relações públicas e jornalismo.

Antes de qualquer pronunciamento ou esclarecimento, a equipe responsável pelo gerenciamento da crise deve reunir dados e, principalmente, colocar-se no lugar do público.

Imaginar cenários possíveis ajuda a transmitir mensagens com mais precisão aos consumidores e pode servir para tranquilizar a população.

A gestão de crise na prática

Para viabilizar a continuidade das atividades básicas em São Paulo e, principalmente, comunicar a população dos principais cuidados e riscos do COVID-19, o governo estadual criou uma ação estratégica para a gestão de crise.

A ideia foi transformar a página inicial do site oficial em um portal de informações sobre a pandemia e divulgar utilidades públicas. No espaço, há vídeos com orientações básicas sobre o distanciamento social, a higiene pessoal e gráficos explicando como identificar os sintomas.

O governo paulista também usou o portal para explicar os detalhes das medidas preventivas colocadas em vigor na cidade. Outro movimento foi a criação do Centro de Contingência do Estado, que monitora e coordena as ações contra a propagação do novo coronavírus. 

Os resultados dessa pesquisa são atualizados diariamente no portal, identificando o número de casos confirmados ou que foram a óbito em todo o Estado. Além disso, há a divulgação de notícias sobre serviços públicos e parcerias para aumentar o combate à desinformação.

Toda essa ação criada pelo Estado de São Paulo pode ser um bom modelo de trabalho conjunto entre os três tipos de profissionais da comunicação.

O porta-voz, representado pelo médico, conduziria os vídeos com uma mensagem de tranquilidade ao comunicar que há soluções preventivas para o problema. Já os assessores de imprensa atualizariam o portal com as principais notícias. E, por fim, os relações públicas efetuariam as pesquisas e levantamentos de dados.

Portanto, todos os profissionais de comunicação necessitam conhecer o assunto tratado, encontrar o público-alvo e transmitir mensagens com credibilidade. O importante é lembrar que a mensagem vai auxiliar ambas as partes, marca e público. 

Em meio à estão de crise, profissionais de PR, jornalistas e porta-vozes têm o dever de manter o posicionamento alinhado com os objetivos e valores das marcas e instituições que representam.

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