Inteligência artificial na comunicação corporativa

Inteligência artificial na comunicação corporativa

A inteligência artificial na comunicação corporativa já não é mais uma tendência distante, é uma realidade em expansão, moldando de forma definitiva a maneira como marcas se relacionam com seus públicos, gerenciam suas reputações e produzem conteúdo em escala.

A adoção dessa tecnologia, principalmente da IA generativa, tem acelerado transformações profundas nos fluxos de trabalho e na distribuição das funções entre profissionais e máquinas.

Durante o painel “O papel da inteligência artificial na comunicação corporativa”, apresentado por Gustavo Stork no evento “Tendências da IA | Novos rumos para a comunicação corporativa e reputacional“, organizado pela Knewin, especialistas do setor compartilharam práticas, dados e reflexões sobre o impacto e o futuro da IA aplicada à comunicação.

IA generativa: um divisor de águas para o setor

A virada provocada pela IA generativa começou a ganhar corpo com a publicação do estudo Transformer pelo Google, em 2017, que impulsionou a criação de modelos mais acessíveis e eficazes. A partir de então, ferramentas como ChatGPT, DALL·E, e outras plataformas generativas começaram a ocupar espaço em agências, departamentos de comunicação e startups.

Hoje, a inteligência artificial na comunicação permite que tarefas antes complexas, como criação de conteúdo, roteiros, resumos e até estratégias completas, sejam iniciadas por um prompt. 

Como apontou Stork, o acesso foi democratizado: qualquer profissional curioso e disposto pode começar a explorar essas soluções com baixo investimento e alta capacidade de escala.

Skilling e upskilling: diferenciais competitivos

Uma das principais mensagens do painel é clara: o domínio das ferramentas de IA será um diferencial competitivo. Isso não significa substituir talentos, mas desenvolver competências novas (skilling) e aprimorar as existentes (upskilling). 

Equipes bem treinadas conseguem produzir mais com menos, integrando automações em tarefas repetitivas e mantendo a qualidade criativa e estratégica do trabalho humano.

Empresas que já investem nisso têm alcançado faturamentos elevados com times enxutos, graças à eficiência proporcionada pela IA. A integração de tecnologias inteligentes não se trata apenas de economia, mas de reposicionamento estratégico.

Adoção em alta: dados que não deixam dúvidas

Segundo dados compartilhados no evento e no material apresentado por Stork:

  • Pesquisa Hubspot: 63% dos profissionais nos EUA já utilizam IA para criação de conteúdo nas redes sociais, uma das áreas mais dinâmicas da estratégia digital;
  • McKinsey & Company: 60% dos líderes acreditam que a IA aumenta a produtividade, embora 36% ainda tenham reservas quanto à criatividade dos conteúdos gerados;
  • Gartner: 30% das mensagens corporativas devem ser automatizadas por IA até 2025, mostrando que o futuro da comunicação passa necessariamente pela tecnologia;

Esses dados apontam para uma realidade incontornável: ignorar a inteligência artificial na comunicação significa abrir mão de competitividade e relevância.

O papel estratégico da curadoria humana

Apesar da empolgação com a automação, o painel trouxe uma visão equilibrada e responsável sobre o papel do humano no processo. A IA não deve ser vista como um piloto, mas como um copiloto. Delegar a ela toda a produção de conteúdo pode comprometer a qualidade e a originalidade das entregas.

É indispensável aplicar curadoria, refinamento e validação aos conteúdos gerados. O pensamento estratégico, a criatividade e o contexto da marca ainda são funções que dependem da sensibilidade e do repertório humano.

Como destacou Gustavo Stork: “A IA é excelente em tarefas com começo, meio e fim. Mas ela não vai decidir onde sua marca quer chegar. Essa é uma decisão sua.”

Redefinindo papéis: humanos e máquinas em colaboração

Outro ponto de destaque foi a nova distribuição de tarefas. A IA pode (e deve) assumir funções operacionais como:

  • Transcrição de áudios e vídeos;
  • Agendamento de postagens;
  • Formatação de relatórios;
  • Coleta e cruzamento de dados.

Enquanto isso, os profissionais devem focar em funções que demandam raciocínio complexo, empatia e criatividade, como:

  • Planejamento de campanhas;
  • Gestão de crise e reputação;
  • Desenvolvimento de narrativas;
  • Tomada de decisão baseada em dados.

Esse modelo colaborativo maximiza o desempenho e reduz o desgaste das equipes, ao mesmo tempo que impulsiona entregas mais estratégicas.

Cases e aplicações reais

Grandes marcas têm utilizado IA tanto em campanhas criativas quanto em processos de atendimento ao cliente e análises preditivas, mostrando que é possível aplicar a tecnologia em múltiplos pontos da jornada do consumidor. Veja abaixo alguns cases:

Engajamento externo: marca, PR e atendimento 

EmpresaO que fezResultado estratégico
HeinekenUsa o stack de IA da WPP para ajustar, em tempo real, materiais de shopper-marketing e e-commerce para mais de 190 mercados.+15% de velocidade na adaptação de ofertas locais e redução de custos de produção. Fonte
Vodafone (VOXI)Colocou no ar um chatbot LLM para dúvidas de clientes que resolve solicitações complexas sem transferir para humano.Queda de TMA e liberação de agentes para vendas consultivas. Fonte
VerizonGenerative-AI resume chamadas de suporte, sugere próximos passos e registra follow-ups automaticamente.Economia de tempo dos agentes e consistência nos dados de CRM. Fonte
PTCUsa IA para gerar resumos instantâneos do earnings call e distribuir highlights a investidores em minutos.Agilidade na narrativa financeira e ganho de mind-share pós-call. Fonte

Comunicação interna e experiência do colaborador 

EmpresaO que fezResultado estratégico
MicrosoftCopilot e agentes internos (“Researcher” e “Analyst”) compilam métricas, roteirizam town-halls e sugerem respostas a Q&As.Comunicação mais data-driven; até 30% de tempo poupado na produção de conteúdo interno. Fonte Fonte
Unilever“UnaBot” responde FAQs de RH, TI e benefícios em 24 idiomas, treinado continuamente com feedback dos funcionários.Redução de e-mails de suporte e insights sobre dores da força de trabalho. Fonte Fonte
Microsoft (Inside Track)Equipe de comunicação automatiza rascunhos de posts, newsletters e vídeos curtos para 220 mil empregados via IA generativa.Conteúdo mais consistente e medição granular de engajamento interno. Fonte
KPMG (global study)58% dos colaboradores já usam IA semanalmente, muitas vezes sem declaração formal, revelando a urgência de políticas claras.Sinal de que governança e literacia de IA viram parte essencial da estratégia de comunicação. Fonte

O impacto da IA no futuro da comunicação

O painel reforçou que a inteligência artificial na comunicação não é uma substituição de talentos, mas uma ampliação das capacidades humanas. Ao permitir que as equipes foquem no que realmente importa, estratégia, relacionamento, criatividade, a IA transforma a comunicação em uma área ainda mais central dentro das organizações.

A previsibilidade dos dados, a personalização em escala e a agilidade nos testes de mensagens são apenas algumas das vantagens que posicionam a tecnologia como aliada dos comunicadores.

Mas para que essa parceria funcione, é preciso:

  • Investir em capacitação contínua;
  • Desenvolver senso crítico sobre o uso da tecnologia;
  • Integrar IA de forma alinhada à cultura e aos valores da marca.

Conclusão: hora de agir

A inteligência artificial na comunicação corporativa já está moldando o presente — e quem não se adaptar corre o risco de ficar para trás. Mais do que saber usar ferramentas, o desafio agora é saber como e quando usá-las estrategicamente.

Para profissionais que atuam em contextos de alta exigência por agilidade, precisão e relevância, a IA representa uma oportunidade concreta de elevar o nível da entrega e ocupar um papel mais estratégico nas organizações.

Assista ao Webinar na íntegra: 

Foto de Knewin

Knewin

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