Reflexo do coronavírus nas publicações de notícias

Por Fabiano Beppler, Co-fundador e CTO da Knewin

Artigo publicado originalmente em março de 2020 em fbeppler.com. Por isso, os dados e termos marcados com * têm relação com o período de publicação do conteúdo.

O volume de notícias publicadas sobre o coronavírus ajuda a mostrar o impacto que ele está causando no mundo. De algumas centenas de notícias publicadas em poucos veículos nos últimos meses de 2019 para milhões de notícias escritas por jornalistas e blogueiros de todo mundo nesse mês*.

O gráfico abaixo mostra a quantidade de notícias coletadas pela Knewin com o termo coronavírus desde novembro de 2019. Em um período de 5 meses, como se pode ver, o crescimento foi exponencial, atingindo, até o momento*, quase 8 milhões de notícias em março/2020.

Notícias que mencionam coronavirus coletas pela Knewin

O volume de menções em programas de rádios e TVs também seguiu o padrão de crescimento bem alto. Esse volume será superior a meio milhão até o final desse mês*. A menção ao coronavírus está em todos os programas jornalísticos de qualquer emissora de rádio ou TV.

Números de menções ao coronavírus em veículos de rádio e TV monitorados pela Knewin

A análise de popularidade do Google sobre buscas com o termo coronavírus também seguiu comportamento similar. O gráfico abaixo mostra pouco interesse pelos usuários do Google no início de 2020. Todavia, há uma forte mudança no final de fevereiro/2020, e pico agora em março* (o valor 100 significa o máximo de popularidade de um termo).

Popularidade do termo coronavirus nas buscas do Google

Ao olhar apenas o Brasil, a análise das buscas no Google também apresenta comportamento similar quando se trata do coronavírus, conforme gráfico abaixo. E os cinco termos mais frequentes buscados pelos brasileiros são: 

  • brasil coronavírus
  • coronavírus no brasil
  • corona vírus
  • casos coronavírus
  • vírus coronavírus
Popularidade do termo coronavirus nas buscas do Google Brasil

O artigo publicado no New York Times no dia 13/03/2020 sobre as pesquisas do Network Science Institute mostra que o comportamento das pessoas que usam as mídias também estão sendo incorporados aos estudos que visam antecipar tendências de doenças infecciosas.

O que chama atenção no artigo do New York Times é a influência dessas análises para órgãos de saúde. Os pesquisadores tentam descobrir padrões a partir da análise dos conteúdos de diferentes tipos de mídia associados com outros dados (ex., dados demográficos, transporte/deslocamento etc.) para recomendar, por exemplo, quando faz sentido fechar escolas ou empresas. 

Os conteúdos publicados nas diferentes mídias influenciam todos os seus autores. Notícias formais publicadas em veículos de mídia tradicional influenciam os usuários de redes sociais e escritores de blogs e esses, por sua vez, acabam influenciando os jornalistas da mídia tradicional. 

O reflexo é o aumento veloz na criação e consumo de conteúdo sobre o tema da vez. Tomara, no entanto, que o tema coronavírus vá embora de forma tão ou mais rápida do que quando chegou. Vamos torcer para que as curvas desses gráficos caiam com muita rapidez, pois assim saberemos que essa pandemia virou notícia antiga.

Fabiano Beppler é Co-fundadador e CTO da Knewin

Artigo publicado originalmente em março de 2020 em fbeppler.com